Frio, chuva, lama, alimentação escassa, chiqueiros convertidos em cama em um lugar ermo e muita discussão política. O que parecia um cenário nada convidativo para estudantes universitários reuniu centenas de jovens dispostos a mudar o mundo em um sítio no interior de São Paulo. Ibiúna, primavera brasileira relembra o congresso clandestino da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado em outubro de 1968, onde cerca de 800 jovens e as principais lideranças do movimento estudantil foram presos. Dois dias depois do início das atividades e antes que fosse possível eleger o novo presidente da entidade, a polícia cercou o local. “Claro, caiu” foi o que muitos deles pensaram. Afinal, seria possível manter secreto um evento com tantas pessoas? O longa dialoga com memória e contemporaneidade ao trazer para a cena aqueles que eram estudantes e que agora vêem parte das pautas defendidas pela sua geração, como justiça social e democracia, voltarem ao debate público.
O documentário reúne entrevistas com cinco ativistas revolucionários que sequestraram o embaixador americano Charles Embrick no Rio de Janeiro em agosto de 1969 e alguns dos presos políticos que foram libertados em troca do diplomata. Os dissidentes políticos foram levados ao México em uma aeronave de carga do exército chamada Hércules 56. O encontro discute a luta armada da época, e suas causas e consequências.