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Meio do dia. Theo chega da escola. A casa está, aparentemente, vazia. Ele tem 8 anos, mas já arca com a responsabilidade de cuidar da casa e da mãe, que sofre de uma profunda depressão. Logo que pisa na sala, corre direto para o calendário da cozinha onde, naquele dia , está escrito com sua letra “Assistente social”. Ele precisa garantir que sua casa tenha ares de lar para permanecer com sua mãe. Acompanhamos, então, ele começar sua rotina de tarefas, misturando-as a elementos lúdicos e imaginários. Ele cozinha em caldeirões de bruxas, lava a louça em meio a tubarões, pilota sua máquina de lavar e varre a casa montado em sua vassoura voadora. Um método para proteger o que resta de sua infância. Ao anoitecer, recebe a assistente social, que inspeciona sua casa, pergunta de sua mãe e se ele quer ir embora. Sem qualquer dúvida, Theo nega e vê seu dia acabar como todos os outros: ele indo deitar na cama da mãe enquanto torce para que ela canse de se sentir sempre tão triste.
