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Tiago Guedes regressa a Dennis Kelly, o dramaturgo britânico com quem já foi feliz na descida vertiginosa aos infernos da complexidade humana. Depois de Órfãos, o realizador e encenador aborda agora A Matança Ritual de Gorge Mastromas, texto de 2013 sobre a banalidade do mal na pessoa do homem que a peça de Kelly escrutina em retrospetiva: "A existência não é aquilo que até este momento pensaste que era. Não é honesta, não é gentil, não é justa. A maior parte do mundo não faz ideia disso, acreditam em Deus, ou no paizinho ou em Marx ou na mão invisível do mercado ou em honestidade ou bondade. Atravessam a vida, de olhos fechados, a levar porrada e ser lixados. Ele é assim. Tu és assim. Mas uma ínfima parte de nós, chamemo-nos a resistência, sabemos a verdadeira natureza da vida. É-nos dado o mundo. Somos poderosos e ricos e temos tudo, porque faremos tudo o que for preciso.”