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Um filme de família. O pai quer fazer um filme com seu filho João que, por sua vez, deseja mesmo é fazer seu próprio filme. Assim, entramos em uma fronteira invisível, e sempre deslocada, entre a vida e a morte, entre quem filma e quem é filmado, entre um forasteiro e um morador, entre uma geração e outra. João recusa uma linha divisória entre esses dois mundos e fabrica suas próprias imagens, no celular. Aos olhos de um narrador-tripé, ele tem passos pequenos, uma timidez que se contrapõe ao olhar astuto quando é sua vez como observador. Um menino que propõe e frui, ainda sem assumir, tudo ao mesmo tempo, em atitude sobreposta. João é Negrinho, mas também é João, duplo em si mesmo assim como todos ali, inclusive a própria cidade que ele acaba de conhecer e estranhar. Livremente inspirado no roteiro do curta metragem “Negrinho” de Jean Mendonça e José Mauro Pinheiro.