Personagem 11
A Pessoa Tatuada não lembra quem é, como começou o dia ou o porquê de estar fazendo o que tem a impressão de ser sua rotina. Não é capaz de distinguir o hoje de qualquer outro dia que já aconteceu ou que ainda vai acontecer. Na busca por elementos que possam alicerçar sua mente na realidade, a experiência de existir se torna um amálgama disforme de excertos randômicos do seu ambiente que refletem e conversam com os anseios das águas revoltas do seu inconsciente. Numa tentativa de produzir alguma ordem desse caos, Sangria é a trajetória embaralhada até a desconexão, em que a Pessoa Tatuada se torna uma legião de memórias picotadas e decalcadas em seus traumas.