Armen
Extravagante e contemplativo, o segundo filme de Atom Egoyan versa sobre a morte espiritual e sobre imagens dentro de imagens. Seu herói ingênuo desta vez é um adolescente desajustado (Aidan Tierney), subjugado em casa a um pai imaturo (David Hemblen) e a uma madrasta sensual (Gabrielle Rose). Quando ele se dá conta de que o pai está apagando as memórias da família registradas em fitas cassete com imagens pornográficas caseiras, junta-se a uma operadora de serviços pornográficos por telefone (Arsinée Khanjian) e lança-se a uma jornada edipiana. Como em seu filme de estreia, Next of Kin, este filme também versa sobre a procura de uma família alternativa (e, portanto, de uma realidade alternativa). Enquanto no primeiro filme o vídeo era um instrumento terapêutico a serviço do mal-estar contemporâneo, Egoyan usa-o aqui para indicar as raízes do próprio deslocamento: a família e a quebra de identidade estão ligadas diretamente à substituição da vida vivida com imagens da mídia.